quarta-feira, 15 de maio de 2019

Síndico é procurado por abuso sexual contra crianças, em Jaboatão

Foto: Leonardo de Santana/DP.
Atraindo meninos de 6 a 14 anos com a promessa de se tornarem jogadores de futebol, um treinador esportivo de 32 anos está sendo procurado pela polícia por abusar sexualmente de, no mínimo, nove crianças. O caso aconteceu em um conjunto habitacional localizado na Muribequinha, em Jaboatão dos Guararapes, do qual o suspeito é síndico. O homem foi visto pela última vez no sábado passado (11), quando as famílias começaram a denunciar os estupros. 

Até a manhã desta quarta-feira (15), três crianças já haviam passado por exame de corpo e delito, no Instituto de Medicina Legal (IML). Todas as nove crianças serão ouvidas por psicólogos do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), em Prazeres, Jaboatão. Segundo relato das mães das crianças, desde novembro do ano passado que o homem convoca meninos para formar um time de futebol.

"Ele conquistou a confiança de todos. Os meninos o chamavam de tio. Ele atraía as crianças com presentes, promessas e elogios. Suspeitei desde que meu filho chegou em casa com um conjunto de roupas e um par de sapatos, em dezembro. Desde então não quis mais aproximação. Mas houve uma festa e todos os colegas pediram para ele ir e eu deixei. Depois vi fotos do meu filho deitado de cueca", contou a mãe de uma das vítimas.

De acordo com os relatos das crianças, após os treinos ou durante festas no apartamento do síndico, as crianças eram obrigadas a ingerir bebidas alcoólicas e um medicamento para dormir. Enquanto os meninos dormiam, o homem praticava o abuso sexual e produzia fotos e vídeos. Há suspeita de que mais pessoas estejam envolvidas, já que conversas em um celular antigo dele revelaram que o suspeito compartilhava os arquivos com registros do crime.

Depois de terem conhecimento dos abusos, alguns moradores invadiram o apartamento do síndico e quebraram os móveis. Um computador e um celular foi encontrado e deixado com a polícia. A partir da primeira denúncia, outras mães passaram a suspeitar do comportamento agressivo das crianças e do medo incomum que algumas crianças sentiram. "Ele ameaçava os meninos para que não contassem a ninguém. Chegou a beijar na boca, tocar nas partes íntimas e até amarrar em uma cadeira. Isso é um trauma que fica para o resto da vida", lamentou uma das mães. 

As famílias ainda suspeitam do envolvimento de uma mulher que mantinha um relacionamento extraconjugal com o treinador. Ele morava sozinho no apartamento e recebia visitas de uma outra moradora que é casada. "Por diversas vezes ela bateu na minha porta chamando os meus filhos. Ela pediam que eles participassem nos treinos e do que chamavam de reuniões. Também sei que ela tinha muitos remédios para dormir na casa dela. Se ela sabia de algo, precisa pagar pelo que fez", disse.

O caso está sendo investigado pela delegada Vilaneida Aguiar, da DPCA de Prazeres, que disse não pode detalhar o caso, já que está sendo apurado em sigilo para resguardar a identidade das vítimas. "Ele mantinha fichas com vários nomes de crianças datadas de 2017, então podemos encontrar mais vítimas. Pedimos que denunciem, não tenham medo. A princípio, precisamos garantir o sigilo das investigações até apurarmos todos os detalhes e termos todos os depoimentos", comentou a delegada.

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