quarta-feira, 15 de maio de 2019

Confira quem aderiu em Pernambuco à Greve Nacional da Educação, que acontece nesta quarta

Professores da UFPE deliberaram por unanimidade a adesão à
Greve Nacional da Educação. Foto: Adufepe/Divulgação.
Em protesto aos cortes de verbas impostos pelo Ministério da Educação (MEC), professores, servidores, funcionários, pais e estudantes de instituições de ensino públicas e privadas de todo o país participam nesta quarta-feira (15) da Greve Nacional da Educação. Em Pernambuco, universidades e escolas devem ficar vazias por causa da adesão ao movimento. Atos devem acontecer em todas as regiões do estado.

No Recife, uma manifestação está marcada para as 15h, em frente do Ginásio Pernambucano da Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central da cidade. De lá, os manifestantes devem seguir em caminhada de 1,5 km até o Pátio do Carmo, bairro de Santo Antônio.

Outros eventos em defesa da educação e contra os bloqueios orçamentários estão marcados para acontecer no interior do estado. Em Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, um ato está programado para as 13h no Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em Caruaru, Agreste pernambucano, uma caminhada está agendada para sair às 8h do Grande Hotel, Centro da cidade. No Sertão, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) promovem o evento "A universidade é do povo". A ação acontece às 15h.  

Confira as adesões à Greve Nacional da Educação:

UFPE

Os professores da Universidade Federal de Pernambuco, em assembleia realizada no último dia 9, votaram por unanimidade pela adesão à Greve Nacional da Educação e à Greve Geral do dia 14 de junho. "A paralisação desta quarta-feira reivindica o fim dos recentes ataques à educação superior, entre eles, os cortes de 30% no orçamento das universidades e o das bolsas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para a pós-graduação", informou a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe).

Além das paralisações, os professores da universidade também aprovaram as seguintes pautas: criar o Comando Unificado de Mobilização na UFPE (professores, estudantes e técnicos); articular com os demais segmentos (estudantes e técnicos) a convocação da Assembleia Geral Universitária; garantir apoio material para divulgação e mobilização da greve; elaborar nota de repúdio ao corte das verbas no orçamento das instituições federais de ensino superior e das bolsas de mestrado e doutorado; criar condições para convocar o Conselho de Representantes da Adufepe e eleger o coordenador e o relator; solicitar posicionamento da reitoria sobre a paralisação do dia 15 de maio; articular que todos os docentes participem do abaixo-assinado contra a Reforma da Previdência, encaminhado pelas centrais sindicais; solicitar da reitoria que na consulta prévia para reitor haja voto em separado no formato de cédula manual.

Oficialmente, a UFPE vai funcionar nesta quarta-feira. 

UFRPE

De acordo com a reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Maria José de Sena, os integrantes da comunidade acadêmica estão livres para participar dos atos, de acordo com a própria vontade. A Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe) convocou os professores, que aderiram ao movimento. "Nesta quarta-feira, a comunidade acadêmica  (da UFRPE) e toda sociedade vão às ruas em defesa da nossa Previdência Social e da universidade pública. Não vamos cruzar os braços diante de tantas perdas construídas com o suor da classe trabalhadora brasileira", informou.

UPE

Docentes, estudantes e servidores da Universidade de Pernambuco devem parar nesta quarta. "As assembleias realizadas pela Adupe (Seção Sindical de Docentes da Universidade de Pernambuco) na semana passada confirmaram a Adesão dos professores e das professoras da Universidade de Pernambuco na Paralisação Nacional da Educação, que ocorre nesta quarta-feira. Os estudantes e os servidores da UPE também aderiram ao movimento", pontuou a Adupe.

A reitoria da Universidade de Pernambuco manifestou-se em apoio à decisão das entidades da classe da instituição referente à paralisação nacional. "Expressamos nossa indignação opondo-se às pautas propostas de corte no financiamento da educação pública, de redução de bolsas de pesquisa na graduação e na pós-graduação, das ameaças de não investimento nas ciências humanas (especialmente a filosofia e a sociologia), de perseguição ideológica a professores, contra o direito de cátedra, de ameaça ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - Fundeb. Associamo-nos a todos(as) os(as) brasileiros(as) na luta pela garantia das políticas educacionais, com consciência crítica nacional e o sentimento de unidade em defesa da Educação e do Brasil", ressaltou a instituição em comunicado oficial.

Nesta terça-feira (14), o governo de Pernambuco anunciou um reforço no orçamento da Universidade de Pernambuco (UPE). Foi garantido um aumento de 26% no custeio da instituição em relação ao valor empenhado no ano passado. Em 2018, o orçamento da UPE foi de R$ 21,6 milhões. Com o incremento, a instituição contará com R$ 27,2 milhões. "Educação é a maior prioridade da nossa gestão. Pernambuco e o Brasil só vão superar esta crise, que vem desde 2014, investindo do ensino básico ao superior. Por isso, estamos não só assegurando os recursos da UPE, como também ampliando o orçamento da nossa universidade", afirmou o governador Paulo Câmara.

Univasf

Com o objetivo de ressaltar a importância da universidade pública, o Sindicato dos Docentes da Univasf (SindUnivasf), em parceria com as pró-reitorias da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), com sede em Petrolina, Sertão do estado, promove, nesta quarta, o evento "A Universidade é do Povo". A ação ocorrerá às 17h, no estacionamento do espaço de convivência da Univasf do campus Juazeiro (BA).

A programação do evento é aberta e o espaço estará livre para a realização de atividades diversas. Os participantes podem levar cartazes ou banners de trabalhos de pesquisa e extensão, apresentar canções, expressar poesias, performar danças, fazer avaliações da atual conjuntura, entre outras ações. O local estará aberto ainda para a formação de uma feira e os interessados poderão levar barracas para expor seus produtos, artes e comidas.

"O objetivo é trazer a comunidade do Vale do São Francisco para conhecer as ações de ensino, pesquisa e extensão produzidas em nossa instituição. Além disso, é um importante momento de celebração da vida universitária e de seus princípios republicanos", afirmou o presidente do SindUnivasf, Adalton Marques.

O evento é realizado em parceria com as pró-reitorias de Ensino; Extensão; Assistência Estudantil; Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação; Planejamento de Desenvolvimento Institucional; e Gestão e Orçamento.

A Universidade Federal do Vale do São Francisco está presente em três estados: Pernambuco, Bahia e Piauí. Os primeiros campi foram implantados em Petrolina, Sertão pernambucano; Juazeiro (BA) e São Raimundo Nonato (PI).

Em seguida, a universidade se estabeleceu em Senhor do Bonfim (BA), depois foi implantado o campus Paulo Afonso (BA) e, mais recentemente, o campus Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, foi criado.

Unicap

A Universidade Católica de Pernambuco informou, em nota oficial, que se solidariza com as mobilizações de estudantes, professores e trabalhadores do setor de educação programadas para esta quarta contra os cortes nas verbas destinadas ao ensino superior público. "A Unicap, como instituição comunitária (pública não estatal) entende que as políticas públicas de educação são estruturantes da sociedade e democracia brasileiras. No entanto, consultando as instâncias da comunidade acadêmica, a Católica informa que as aulas e o expediente administrativo serão mantidos normalmente nesta quarta-feira", pontuou.

Escolas privadas

A orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE) é de que as escolas da rede particular de ensino funcionem normalmente nesta quarta-feira. "Entendemos o movimento e a pauta, mas as escolas têm a obrigação legal de cumprir o calendário letivo de 200 dias", disse o presidente do Sinepe-PE, José Ricardo Diniz.

Algumas instituições, porém, acataram os pedidos de professores que manifestaram o interesse em participar da mobilização e informaram que não terão aulas nesta quarta. O Colégio Apoio, na Zona Norte do Recife, por exemplo, estará aberto para o tempo complementar e para atividades administrativas, mas comunicou que os professores estarão no ato. A comunidade escolar da Escola Encontro, também na Zona Norte, votou pelo apoio ao movimento. Os serviços de horário integral e berçário da escola, entretanto, foram mantidos.

Rede estadual

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) informou que participará da Greve Nacional da Educação. "A pauta também terá como ponto importante se opor aos sucessivos cortes nas políticas educacionais (ensino superior e educação básica) e a ameaça de acabar com a vinculação constitucional que assegura recursos para a educação (Fundeb e outros programas). A pauta de reivindicação também inclui o fim do patrulhamento ideológico nas universidades, da ofensiva Lei da Mordaça e de uma série de políticas que impõem retrocessos civilizatórios", destacou o sindicato em comunicado oficial.

Já a Secretaria de Educação de Pernambuco informou que as escolas da rede estadual estarão abertas nesta quarta. Caso alguma unidade deixe de funcionar por causa do ato, as aulas serão repostas para que não haja prejuízo ao calendário letivo.

Redes municipais

Os sindicatos de professores das redes municipais de várias cidades do estado convocaram os docentes para o ato. O Sindicato dos Professores do Cabo de Santo Agostinho (SINPC) fretou um ônibus com saída às 14h da sede, na Avenida Historiador Israel Felipe, 251, Jardim Santo Inácio.

Em assembleia, os professores ligados ao Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), ao Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Olinda (Sinpmol) e ao Sindicato dos Professores de Paulista (Sinprop) aderiram à Greve Nacional da Educação. Os sindicatos estarão orientando os professores a cruzarem os braços amanhã.

Em Petrolina, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindsemp) convidou os trabalhadores para uma Assembleia Setorial da Educação às 8h na Praça do Bambuzinho. Já o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Jaboatão dos Guararapes (Sinproja), pelas redes sociais, convocou os professores para a Greve Nacional da Educação. "As escolas irão parar. Não mandem seus filhos. As escolas estarão fechadas. Lutamos por uma educação de qualidade e pelo direito à aposentadoria", afirmou a vice-presidente do Sinproja, Eugênia Lemos.

IFPE e IF Sertão

O Sindicato dos Servidores dos Institutos Federais de Pernambuco (Sindsifpe) deliberou por unanimidade, em assembleia no último dia 9, pela adesão à greve. Além das universidades federais, os institutos também sofreram cortes no orçamento. O bloqueio de 30% do orçamento das instituições federais de ensino do país – aproximadamente R$ 900 milhões – que representam de 37% a 42% dos recursos de custeio previstos para o funcionamento das unidades.

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